segunda-feira, 21 de abril de 2014

Os graus de Autismo...







"Imagine que isso é um poço. Um poço bem fundo. Imagine que você está lá de cima olhando lá para o fundo do poço. Lá no fundo, você encontrará um autista severo, pouco mais para cima, você encontrará o autista moderado, se subir mais um pouco encontrará o autista leve. Quase na borda do poço, está o autista de alto-funcionamento e por cima, na grande borda, está o asperger e esse sou eu! É exatamente onde eu estou!"

Legal, né? Na hora que ela me contou, fiquei bastante admirada e achei muito interessante. Por esse motivo, sempre acabo compartilhando com as famílias que oriento.
Veja que explicação simples, ilustrativa e esclarecedora! Eu a uso em quase todos meus atendimentos.
O autista severo, realmente é um dos graus mais profundos do autismo, na maioria dos casos, podemos observar um comprometimento grave nas áreas da independência, da comunicação verbal e até mesmo não verbal, na área do desenvolvimento cognitivo e da aprendizagem. O comportamento freqüentemente necessita ser estimulado, são crianças que costumam ser mais passivo com pouca iniciativa, o olhar é extremamente distante e pouco direcionado a pessoas e objetos. Não possuem muito interesse por brinquedos, atividades e até mesmo em fazer amigos. Estereotipias motoras freqüentemente são emitidas. Acredito que a característica mais marcante seja o grau de dependência que esse indivíduo terá de seus cuidadores e familiares.

Entretanto, apesar das dificuldades serem mais acentuadas, todas podem ser trabalhadas e desenvolvidas em terapia, não é que a criança muda de um grau para o outro, mas ela passa a apresentar em menor frequência os comportamentos disfuncionais e passar a estar mais contingente ao que está acontecendo ao seu redor. Algumas habilidades, após exposição a treinos e orientações comportamentais, passam a ser adquiridas e esse indivíduo passa a ter mais qualidade de vida em seu dia-a-dia.
O autista moderado comporta-se de maneira muito semelhante ao severo, entretanto algumas estereotipias verbais passam a ser mais observadas, comportamentos espontâneos surgem em alguns momentos e a criança consegue demonstrar de alguma forma seu interesse. O contato visual, é um pouco mais direcionado, pode haver hiperatividade ou distúrbio do sono e restrição alimentar. Faz uso disfuncional de objetos e brinquedos, possuí dificuldade para compreender conteúdos abstratos. A dependência que terá de seus cuidadores é também algo muito marcante, porém o treino e a exposição a procedimentos terapêuticos, irá sempre contribuir para a aquisição de novas habilidades e maior qualidade de vida.
Os autistas leves possuíram uma facilidade maior para aceitar os procedimentos terapêuticos e costumam responder melhor a terapia comportamental. A velocidade a qual aparecem as novas habilidades aprendidas, freqüentemente são maiores do que nos dois graus anteriores. A dependência também é algo mais tranqüilo e quase sempre se tornam adultos independentes, necessitando apenas de algumas adaptações para terem uma vida quase igual a de uma pessoa sem autismo. Se estimulado desde criança, pode desenvolver a fala, talvez um pouco mais restrita, mas nada que o impeça de se comunicar com outras pessoas. O desinteresse social, ainda é bastante observado, assim como a dificuldade com os conteúdos abstratos. Costumam levar as coisas no sentido literal, possuem rotinas e até alguns rituais. ( Ex; separar brinquedos por cores, alinhar carrinhos e etc...)
Os autismos de altos funcionamentos e os autismos do tipo asperger, merecem por si um único post de cada. Mas de forma mais geral, podemos relatar que são pessoas independentes, que geralmente falam, trabalham e se comunicam muito bem. São bastante distintos um do outro e prometo fazer um post especial para eles, explicando melhor e os diferenciando com mais detalhes.
Gostaria de salientar que para todos os graus de autismo, o atendimento terapêutico e médico são essenciais. ( Fono, Psico, Psicopedagogo, Psiquiatria e Neurologista)

Como terapeuta, acredito sim na melhora de todos os pacientes acredita que toda a pessoa do mundo tem condições de serem melhores do que já são e certamente com os nossos meninos, a conversa é mesma. A antecedência ao início das terapias, a dedicação dos pais e cuidadores, bem como o envolvimento de toda a sociedade é fundamental para o bom desenvolvimento de cada criança.

Mais um ponto importante de salientar, é que de forma alguma quis generalizar e dizer que todos os autistas são iguais, apenas trouxe as características que costumamos observar em cada grau e muito brevemente sobre como costumam se comportar.

Cada pessoa tem um jeito único e singular de ser, pensar e sentir. Apenas, trouxe um pouco mais de informações e dados para discutirmos e analisarmos juntos.
O sucesso existe para todos, e acredite, está a seu alcance o tempo todo. Basta você querer alcança-lo.

Paz, amor e muita luz a todos.            Um abraço, meus queridos! By Marcos Cunha

Fonte: autismojundiai.blogspot.com.br/2014/02/os-graus-de-autismo.html


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